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Após 13 anos de obras, prédio da Biblioteca Central da UFMA, em São Luís, é inaugurado sem livros

Após 13 anos de obras arrastadas, o prédio da Biblioteca Central da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, foi inaugurado na tarde desta segunda-feira (27), pelo ministro da Educação, Camilo Santana

Os 13 anos de construção foram marcados pela espera, idas e vindas, obra parada e depois retomada e de empresas que não cumpriram o contrato e abandonaram a construção. Agora, a UFMA decidiu inaugurar o prédio, porém, não há livro algum disponível para comunidade acadêmica.

Além da falta de livro, ainda tem muita coisa a ser finalizada para que a biblioteca possa ser aberta à comunidade acadêmica. Na manhã desta segunda, operários ainda trabalhavam às pressas para avançar na obra do prédio da Biblioteca Central, enquanto outros faziam a limpeza antes da inauguração.

O elevador de acessibilidade ainda vai ser instalado, o auditório está sendo montado, as instalações elétricas ainda não foram concluídas, os salões amplos estão sem mobília. E as estantes dos livros já chegaram, mas sem o acervo.

O prédio novo tem mais de oito mil metros quadrados e um histórico que é quase uma novela.

A construção começou em 2010, com o lançamento da pedra fundamental e previsão de inauguração para 2012, o que não aconteceu. De lá pra cá, foram sucessivos problemas com paralisação e abandono das obras pelas empresas que venceram as licitações.

O relatório da Controladoria Geral da União (CGU) constatou diversas irregularidades, desde falha na elaboração do projeto da biblioteca até extravio de documento do processo de construção do edifício, além de erros estruturais e aditivos que elevaram o valor da obra em quase um milhão de reais.

Por último, em dezembro de 2022, a UFMA fez um novo contrato no valor de R$ 8 milhões e 600 mil reais, para concluir a obra até dezembro de 2023. O custo total da Biblioteca Central da UFMA ficou, até agora, em torno de R$ 27 milhões.

Segundo o novo diretor da Biblioteca da UFMA, que assumiu o cargo há uma semana, a inauguração é para dar uma resposta à sociedade depois de tanto tempo de espera.

“Era necessário que a gente desse já uma resposta à comunidade acadêmica. E o prédio está praticamente pronto. Segundo a empresa de engenharia já me passou os dados, já praticamente 100% do prédio está arquitetonicamente pronto. Agora vem a segunda etapa que é, lentamente, a gente fazer todo um planejamento técnico e científico, para trazer o acervo das várias unidades para a biblioteca central”, explicou César Castro, que é diretor da Diretoria Integrada de Bibliotecas da UFMA.

Segundo a UFMA, a Biblioteca Central conta com cerca de 84 mil metros quadrados de área construída e irá atender toda a comunidade universitária, em espaços modernos e atualizados. A nova biblioteca oferece 10 salas de estudos em grupo, um laboratório de informática, uma sala de multimídia, duas salas de acessibilidade, duas salas com cabines individuais e um miniauditório.

Por enquanto, o novo prédio vai funcionar apenas para atividades culturais da UFMA. Já o prédio antigo da biblioteca, que é chamado de CEB Velho, guarda um acervo com 180 mil livros. É lá que os estudantes vão continuar estudando e pesquisando até ser feita a transferência do acervo.

“Eu fico impressionado com a falta de transparência e como está sendo feita, de uma hora para outra essa inauguração, sendo que não tem livro que é o principal, pois é uma biblioteca”, destaca o estudante de Odontologia Renan Camêlo.
As condições do prédio antigo deixam os alunos em uma situação de desconforto. Os estudantes sofrem com o calor, pois o ar está desligado, há buracos na parede, revestimento caindo, além de cadeiras, mesas e cabines de leitura precárias.

“Tem muitas cadeiras quebradas, com falta de encosto, em algumas salas de estudo não têm ar condicionado. Então, são condições bem precárias que, muitas vezes, dificulta o nosso processo de aprendizado”, lamenta Renan Almeida, que também é estudante de Odontologia.

Segundo a UFMA, a previsão de transferência dos livros do CEB Velho para o novo prédio da biblioteca será feito durante o período de férias da universidade, no mês de janeiro.

Outras obras inauguradas
Além do prédio da Biblioteca Central, o ministro Camilo Santana inaugurou dois novos setores do Hospital Universitário (HU-UFMA), o Prédio Acadêmico da Enfermagem e o Centro de Ciências de Balsas.

O Ministro ainda empossou o novo reitor da UFMA, Fernando Carvalho, e entregou o cartão de transporte universitário a estudantes. Também foram feitos repasses do Programa Escola de Tempo Integral para o estado.

No HU-UFMA (Hospital Presidente Dutra, em São Luís), onde foram investidos R$ 36 milhões pelo Ministério da Educação, teve a inauguração da Unidade Coronariana, a reforma e adequação da Unidade de Diagnóstico por Imagem e da Unidade do Sistema Cardiorrespiratório (Enfermarias).

No Materno-Infantil, que também pertence ao HU-UFMA, foi inaugurada a reforma e adequação da Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais (UTI Neonatal).

No campus do Bacanga, em São Luís, além do prédio da Biblioteca Central, foi inaugurado o prédio do Curso de Enfermagem, uma obra de 3,6 mil metros quadrados, com dois andares e instalações modernas.

O prédio atende especialmente alunos de graduação e pós-graduação em enfermagem e conta com 11 salas de aula no térreo, biblioteca, ambulatório, área de vivência, refeitório e sanitários. O piso superior conta com cerca de 18 laboratórios, sala de reunião, duas salas de pós-graduação, setor administrativo, sanitários e vestiários. O prédio beneficiará mais de 600 alunos e envolve mais de 40 docentes. O investimento foi de R$ 6,7 milhões.

Por fim, teve a inauguração do Centro de Ciências de Balsas, no Sul do Maranhão, formalizado na primeira fase de interiorização da UFMA. O Centro possui 10 salas de aula, dois auditórios, 12 salas laboratoriais e uma biblioteca.

Com foco no Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICT), oferece formação nas engenharias Ambiental, Civil e Elétrica, contribuindo para as demandas do sul maranhense. O Centro de Ciências já formou mais de 200 alunos em uma década, contando com um corpo docente de 40 professores. Foram investidos R$ 14,5 milhões.