Em Nova Olinda do Maranhão, uma das disputas eleitorais mais acirradas do país resultou na vitória de Ary Menezes (PP) por uma diferença de apenas dois votos sobre Thaymara Amorim (PL). No entanto, o resultado apertado trouxe à tona denúncias de compra de votos, um crime que pode levar a até quatro anos de prisão.
Danilo Santos, um lavrador da região, confessou ter vendido seu voto em troca de 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e madeira. Segundo ele, a proposta foi feita por Ary Menezes, seu vice Ronildo da Farmácia (MDB), e a aliada Clecia Barros (Republicanos). Danilo relatou que o trio garantiu que o material estaria disponível no dia seguinte.
Apesar da promessa, Danilo afirma que não recebeu todo o material acordado. Dois dias após as eleições, um caminhão da prefeitura foi até sua casa para retirar as telhas, e ele começou a receber ameaças. “Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando”, desabafou o lavrador.
Outra eleitora, Luciane Souza Costa, também relatou ter sido ameaçada. Ela decidiu não votar em Ary após seu marido ter recebido dinheiro pela compra do voto. Luciane gravou um vídeo mostrando um homem, com o número do candidato na camisa, ameaçando sua família de morte caso não votassem conforme o combinado.
Em resposta às acusações, Ary Menezes declarou que a compra e venda de votos comprometem a democracia e devem ser investigadas pela justiça eleitoral. Ele se colocou à disposição para esclarecimentos. Ronildo da Farmácia, por sua vez, negou as acusações, afirmando que a campanha foi limpa.
A defesa de Clecia Barros também se manifestou, afirmando que ela não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos e que sua vida pública é pautada pela honestidade e respeito à democracia. As denúncias estão sendo investigadas pelas autoridades competentes.
O caso de Nova Olinda do Maranhão destaca a fragilidade do processo democrático em algumas regiões do Brasil, onde a compra de votos ainda é uma prática recorrente. A justiça eleitoral tem o desafio de apurar as denúncias e garantir que os responsáveis sejam punidos, preservando a integridade do pleito.
A situação também levanta questões sobre a vulnerabilidade dos eleitores em regiões carentes, onde promessas de materiais de construção ou dinheiro podem influenciar o voto. É essencial que medidas sejam tomadas para educar e proteger esses eleitores, assegurando eleições justas e livres de coerção.
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